Quilombolas de Belo Vale [p2]

Confira agora como foi a 2ª parte de nossa excursão por Belo Vale (MG).


Nesse ponto da viagem saímos do Museu do Escravo e seguimos rumo a Fazenda Boa Esperança.

Caso queira ir para o início deste relato clique AQUI.

Sem mais delongas, vamos voltar ao relato...

Sábado [07 de Dezembro de 2019] - Cont.



O micro-ônibus saiu da rodovia, passou por uma estradinha de terra com uma mata bem fechada e perto das 11:20h chegamos a Fazenda Boa Esperança.



A Fazenda Boa Esperança é um conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Foi adquirida em 1.790 pelo Barão de Paraopeba e já teve em toda a sua história 900 escravos [algumas fontes citam  cerca de 1.000 escravos]. No seu auge, era conhecida não apenas pela sua riqueza econômica, mas também por que já serviu de hospedagem a D. Pedro II em suas viagens por Minas Gerais.

Diferentemente do Museu do Escravo, que tivemos uma visita guiada. Por aqui ficamos mais livres e não tivemos nenhum acompanhamento inicial.




Então primeiramente segui com a Lu até o banheiro e depois circulamos um pouco pela parte interna do casarão dessa fazenda.

Parte Interna do Casarão:














Aqui infelizmente pisei num besouro enorme, até ouvi um creck! Desculpe besouro! A última coisa que imaginava é que teria um besouro passeando por aqui! Acredito que ele não tenha morrido, mas como me assustei na hora, apenas saí dali e deixei o inseto por sua própria conta e risco nessa habitação voltada para os humanos.














Apesar de ter vários salões, o casarão em si era bem simples e possuía poucos objetos. As portas e janelas eram enormes para aproveitar melhor a luz do sol, pois não havia eletricidade nessa época [a eletricidade foi descoberta em 1.879 com o invento do dínamo e da lâmpada elétrica e chegou no Brasil somente em 1.881].

Vista do teto de um dos salões do casarão.

Vista da varanda, último local que passei por dentro desse casarão enquanto estava tirando as fotos:


No final do corredor havia ainda uma pequena capelinha:


E na salinha ao lado estavam algumas artes sacras:







Vista dos arredores da fazenda:




Vista da área externa da fazenda:


O que mais se destacou por aqui foram as duas enormes sapucaias, que nessa estação não estavam floridas. De acordo com os funcionários da fazenda elas possuem uns 200 anos.


Por aqui os funcionários arrumaram uma mesinha com algumas cadeirinhas pra que o pessoal se reunisse e fizesse uma espécie roda de conversa depois. Enquanto isso não acontecia andei um pouco por essa parte externa e tirei mais algumas fotos. A Lu preferiu ficar quietinha na escadaria do casarão.




Casarão visto ao longe:


Sapucaias vistas de outro ângulo:

Ainda nesse ângulo essas árvores continuam super imponentes.

Área limítrofe da fazenda:




Momento Selfie [com o casarão ao fundo]:


Por fim, começamos com a roda de conversa.


Aqui um funcionário da fazenda começou a roda citando um poema de Evaristo Costa, de nome Vozes Mulheres:

VOZES-MULHERES

A voz de minha bisavó

ecoou criança

nos porões do navio.

ecoou lamentos

de uma infância perdida.


A voz de minha avó

ecoou obediência

aos brancos-donos de tudo.


A voz de minha mãe

ecoou baixinho revolta

no fundo das cozinhas alheias

debaixo das trouxas

roupagens sujas dos brancos

pelo caminho empoeirado

rumo à favela


A minha voz ainda

ecoa versos perplexos

com rimas de sangue

e

fome.


 A voz de minha filha

recolhe todas as nossas vozes

recolhe em si

as vozes mudas caladas

engasgadas nas gargantas.


A voz de minha filha

recolhe em si

a fala e o ato.

O ontem – o hoje – o agora.

Na voz de minha filha

se fará ouvir a ressonância

O eco da vida-liberdade.

Fonte Pesquisada:

http://www.letras.ufmg.br/literafro/29-critica-de-autores-feminios/201-eco-e-memoria-vozes-mulheres-de-conceicao-evaristo-critica

Após citar o poema algumas pessoas começaram a falar, normalmente sobre problemas da sociedade moderna. Uma das mulheres do grupo, por exemplo, estava reclamando que sua filha mexia apenas no celular e mal costumava prestar atenção numa conversa com ela [sua própria mãe], que comia na mesa junto a ela.

Esse funcionário até chegou a perguntar pra eu e a Lu o que achávamos sobre esse assunto e eu disse algo assim:

Um dos problemas da sociedade de hoje, por exemplo, no caso dos jovens, é que eles vivem de maneira muito consumista, isto é, pra se sentir bem precisam ficar continuamente comprando coisas para se ter um pequeno momento de felicidade, que dura pouco tempo e para achar que continua feliz acaba sendo necessário repetir esse processo, que dura cada vez menos tempo.

Por exemplo, um jovem que quer mostrar para os outros que é alguém importante muitas vezes gasta quase R$ 1.000,00 em um único par de sapatos, que sequer precisa, ou quem sabe, faz viagens mirabolantes apenas para postar no Instagram, sendo que muitas vezes isso não condiz com seus ganhos financeiros reais e para se manter bem nas aparências para os outros ele acaba continuamente se endividando.

[isso eu não citei na roda de conversa, mas a frase abaixo resume e bem o que é o consumismo:]

“Consumismo é o ato de comprar o que você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para impressionar pessoas que você não conhece, a fim de tentar ser uma pessoa que você não é.”

Após minha vez a Luciana também falou um pouco sobre a intolerância do brasileiro, e que o problema não estava somente na diferença de raça e problemas com as minorias, e sim que a luta era com o diferente, isto é, mesmo que não fosse possível denegrir a imagem de alguém por conta da sua cor de pele, a sociedade ainda encontraria uma forma de gerar preconceito, seja por conta do físico [maltratar o gordo, o magro, aquele com algum defeito] ou pelo status sociais [fulano é pobre demais, a moça é prostituta, ciclano se veste igual a um trapo, e por aí vai...].

O público do SESC que estava conosco nesse passeio era razoavelmente mais velho do que nós [a maioria tinha mais de 50 anos] e acredito que eles ficaram bem concentrados no que estávamos falando.

Depois disso o moço pediu para escrevermos de três a cinco palavras em um papelzinho para que pudéssemos tentar criar uma espécie de mini-poesia. Minhas palavras:


Cheguei até formular uma frase [que não foi poesia]: "Que 2020 seja um ano cheio de passeios em meio a natureza, muito feliz e com bastante liberdade!"

Porém não conseguimos desenvolver mais o assunto porque nosso tempo por aqui havia se esgotado. A guia o SESC reuniu todo mundo na escadaria do casarão [dessa vez estavam todas as pessoas da excursão] e pediu para que os funcionários tirassem uma foto nossa.

Primeiro normal:


Depois com "todos" levantando os braços:


Então saímos dali e voltamos para o ônibus. Antes de voltar para o bus ainda entrei naquela casinha que havia visto antes pra ver o que ela era.





Próximo das 12:50h saímos da fazenda e seguimos rumo a Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos. O micro-ônibus atravessou aquela estradinha de terra e depois continuou com seu caminho normal, pela rodovia.








Não demorou muito e às 13:32h chegamos à Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos, onde descemos do ônibus e nos acomodamos na parte externa da casa da pessoa que seria a nossa anfitriã, que é dona de um projeto dentro dessa comunidade.

A Comunidade Quilombola Chacrinha dos Pretos teve sua origem no início do século XVIII, sendo local de refúgio dos descendentes de pessoas escravizadas da região. A comunidade já passou por várias situações de conflitos de terras, opressão, mas também de resistência negra.

Reconhecida como comunidade quilombola pela Fundação Palmares no ano de 2.007, o nome do local vem de uma pequena chácara que existia na antiga fazenda. O termo “dos pretos” foi difundido pela população urbana branca de Belo Vale, quando se referia aos moradores da Chacrinha, referindo-se aos descendentes de escravos negros que ali viviam desde os tempos da escravidão.

Fontes Pesquisadas:

Guia de Roteiro do SESC-MG

http://www.camaramoeda.mg.gov.br/chacrinha-dos-pretos-belo-vale/

Como o pessoal já estava bem agitado porque muitos de nós estávamos sentindo muita fome, a moça foi esquentar a comida que seria servida pra nós daqui a alguns instantes. Nesse meio tempo aproveitei para tirar algumas fotos, evitando fotografar a parte da cozinha e também a área interna da casa.










Após aquela roda de conversa que havia acontecido mais cedo o grupo da excursão começou a interagir mais entre si e a Lu e eu ficamos conversando com algumas das moças do grupo. O pessoal que frequenta o SESC costuma ser culto e bem viajado, conhecendo muitas vezes outros países e até mesmo sendo comum encontrar pessoas que já viajaram para a Europa. Tirando eu e o motorista, todas as pessoas que estavam conosco por aqui eram mulheres.

Passado mais algum tempo finalmente chegou a hora do almoço, que convenhamos, deixou o pessoal super irritado por conta da carne, que basicamente estava formada por restos de ossos [de pescoço, pé e costela de frango] e algumas coisas super engorduradas. Eu praticamente não peguei nada da carne porque achei as panelas delas muito feias e sujas. No meu prato coloquei arroz, feijão, tomate, angu e ora pro nobis.


Apesar de ter comido, ainda não me senti muito satisfeito, talvez pela decepção por não ter tido uma carne de qualidade. Pelo menos a refeição estava gostosa. Quando a Lu me falou que tinham sobremesa comi mais um pouco, dessa vez arroz doce, que, apesar de não estar ruim, também não estava muito gostoso.


Uma moça velhinha que estava ao nosso lado, por exemplo, não aceitou isso bem e reclamou muito com a guia, que a disse que era pra ela relatar tudo o que não estava gostando no opinário [uma fichinha que o SESC entrega para quem realiza passeio com eles para avaliar os tipos de serviço prestados e fazer reclamações ou sugestões sobre como foi o passeio realizado].

A guia Conceição também chegou a citar que provavelmente essa moça tinha servido a família dela primeiro e com o resto que sobrou é que ela serviu o pessoal do nosso grupo, o que não se justificava, já que ela soube com antecedência que estaríamos vindo visitar essa comunidade nesse dia e nesse horário em específico.

Enquanto fazíamos a digestão ficamos conversando com as pessoas a nossa volta. A Lu ficou muito feliz porque descobriu que várias das moças da nossa excursão eram professoras ou pedagogas. Uma delas havia trabalhado na FEBEM até se aposentar e depois voltou a dar aulas no sistema regular de ensino. O papo foi fluindo bem, até que em determinado momento a guia Conceição e a moça do quilombo resolveram nos levar até as ruínas da chacrinha, que estava a poucos metros dali. Seguimos até lá a pé até chegar nesse local.










Enquanto andava a quilombola foi explicando algumas coisinhas sobre a região, sobre as casas e até um pouco da história do quilombo, sobre algumas plantinhas que eles comiam e que a vida deles sempre foi bem difícil. Antes de entrar de fato na parte interna das ruínas da chacrinha, ela pediu que todos parassem e começou a cantar para os seus antepassados, pedindo permissão para que pudéssemos adentrar nesse recinto.

Vide agora como foi sua cantiga...

Vídeo:


Quando ela terminou disse que poderíamos entrar na parte interna das ruínas da chacrinha.






Esse lugar se consistia basicamente apenas de uma casa bem velha, praticamente em ruínas, seus muros externos estavam deteriorados ao ponto de já terem caído vários pedaços. De acordo com a quilombola essa era a casa mais antiga da região e quando os moradores daqui saíram / morreram a comunidade preferiu transformar essa casa em uma espécie de museu pra contar a história do quilombo aos turistas que visitassem esse lugar.

Aqui o pessoal foi reunido e se sentou em alguns troncos, onde ficamos ouvindo ela contar sobre a história da comunidade, que foi bem difícil, tanto na época da escravatura quanto nos dias de hoje. Ela informou que no passado eles chegavam a passar até fome, que a comunidade sofreu muito umas duas vezes por conta de enchentes do rio Paraopeba [que corria perto dali] e que até mesmo um de seus parentes, se não me engano um tio, ludibriou seus próprios semelhantes tentando cobrar a moradia de uma casa que já pertencia a eles de direito por usucapião, mas que, como eles eram muito simples, algumas pessoas caíram nessa lorota porque não conheciam bem os seus direitos [de acordo com ela, negro causando problema para o próprio negro!].

Atualmente moram cerca de 150 pessoas nessa comunidade quilombola. No passado essa região era uma fazenda e chegou a abrigar cerca de 1.200 escravos, mais até do que a Fazenda Boa Esperança, que havíamos visitado antes.

Eis aí um pouco mais da história dessas terras...

Desde os primórdios da constituição dessa comunidade, composta em sua maioria por descendentes diretos de escravos, ela se territorializou no seio da antiga fazenda do barão português José de Paula Peixoto, conhecido como milhão e meio, apelido recebido por causa da fortuna acumulada por este fazendeiro.

Ocupa centralidade simbólica na Chacrinha as ruínas da casa grande dessa fazenda. O Barão tomou por esposa uma de suas escravas e seu patrimônio, não tendo deixando descendentes diretos, ficou para ela. Esta, após a morte do marido, alforriou os escravos, favorecendo, desse modo, a formação da Chacrinha dos Pretos em torno da antiga casa grande.

A comunidade da Chacrinha dos Pretos possui uma história de opressão e resistência muito semelhante à de outras comunidades quilombolas. De todos os lados, o terreno onde vivem, no caso, o da antiga fazenda herdada pela viúva do Barão, foi sendo invadido e tomado por pessoas politicamente influentes que não reconheciam, e muitos ainda não reconhecem, a dignidade e a cidadania daqueles que construíram e ainda sustentam a construção, com intrepidez e teimosia, da comunidade da Chacrinha.

No início do século XX, por exemplo, praticamente o centro do terreno dessa comunidade foi invadido, de forma opressiva e desumana, sem qualquer diálogo, desapropriação ou indenização, para a construção da ferrovia da RFFSA, ramal Belo Horizonte-Rio, que atualmente é administrada pela mineradora MRS. 

Como se não bastasse, até os dias de hoje, a comunidade ainda é vítima de preconceitos. Grande parte do território histórico original da comunidade foi ocupada por fazendeiros para produção de eucalipto, de mexerica e para a criação de gado. Suas terras continuam a ser objeto de insaciável cobiça, a ser invadidas e apropriadas indevidamente. Isso acontece, especialmente, por elas não serem demarcadas e nem sua propriedade ser reconhecida pelo poder público.

Durante muito tempo, a comunidade quilombola da Chacrinha dos Pretos teve dificuldade de alimentar os horizontes de esperança para um futuro melhor, sobretudo, para as novas gerações. Muitos jovens, por falta de perspectivas, acabaram deixando a comunidade.

De fora, vários moradores de Belo Vale olhavam para a Chacrinha, com certo desdém, como um lugar improdutivo. Depois de bastante luta, persistência, superação e criatividade, com o apoio de líderes da Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale, APHAA-BV, formou-se a Associação Comunitária da Chacrinha, ACC.

Em seguida, conseguiu-se identificar e mobilizar os moradores para buscar melhor qualidade de vida e soluções para os desafios da comunidade. Assim, em 2.009, conquistaram a aprovação, junto à Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais, do primeiro projeto cultural denominado “Ponto de Cultura Quilombo Chacrinha”. Esta conquista proporcionou inúmeros outros passos, tais como o “Projeto Ação Griô Nacional”, do Ministério da Cultura, que propiciou muitas ações no Quilombo Chacrinha.


Fonte Pesquisada:

https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/2015/10/19/comunidade-quilombola-chacrinha-dos-pretos-em-belo-vale-mg/

Ela contou ainda que, apesar dos problemas que ainda existem, a vida na comunidade melhorou muito se comparado à antigamente e que atualmente eles possuem um bom prefeito, que sempre que pode os ajuda, que vão abrir uma escola quilombola, onde os alunos receberão a educação da rede regular de ensino e ainda terão em sua grade um pouco mais da cultura e tradição quilombola, que conseguiram uma quadra e que pretendem ampliar seus projetos, passando também a fazer artesanatos [o que seria muito bom, porque na minha opinião ao receber mais de 30 pessoas e não vender nada para elas, seja doces, comidas ou artesanatos eles perderam um dinheiro que seria muito bem-vindo e precioso!].

Antes de sair vi uma moça gordinha do grupo fazendo um tanto de posições legais numa das janelas dessas ruínas [pena que não tirei nenhuma foto!]. Depois ela foi em outra janela e subiu em duas pecinhas de concreto para ficar em pé e tirou mais algumas fotos bem legais. Achei isso bem interessante [na verdade não só eu, como também outras pessoas do grupo que também passaram a fazer o mesmo] e resolvi fazer a minha própria versão disso, nesse mesmo lugar que essa moça foi por último [a Lu não quis tirar nenhuma foto nesse local].




Ao terminarem as explicações o pessoal prosseguiu mais um pouco pelo caminho, porque ficaram encantados com as frutinhas selvagens dessa região, que eram comestíveis.


Nessa hora perdi a Lu de vista, pensei até que ela estava procurando por mangas ou algum outro tipo de fruta por perto. Andei mais um pouco e só depois percebi que se eu continuasse estaria me afastando cada vez mais de onde estava nosso ônibus e do grupo e como sou péssimo no sentido de direção preferi voltar pra onde o grupo estava e depois seguir pelo caminho oposto ao que eu estava antes.


Demorei a encontrar a Luciana, mas a avistei seguindo em direção ao ônibus. Descobri que ela até gelou na hora da cantiga da quilombola porque achou que a moça estava falando com espíritos [já eu achei mais uma forma respeitosa e carinhosa de se referir e lembrar dos seus antepassados, além de ser uma ótima maneira de fazer com que os convidados emergissem ainda mais na história do lugar]. Voltamos todo o caminho e ficamos aguardando o resto do pessoal dentro do micro-ônibus.



Voltamos pro bus às 15:53h e esperamos um pouquinho até o grupo chegar, mas tivemos de sair dali e voltar pra casa da quilombola para agradecê-la e preenchermos os opinários. Acredito que boa parte das mulheres do grupo reclamaram e muito do almoço. A Lu disse pra mim que havia lavado sua alma nessa hora.



Após terminar de preencher tudo, às 16:26h o ônibus começou seu trajeto de volta, rumo a Belo Horizonte.

De início eu estava esperando por algo mais mágico, misterioso, como aquelas casinhas enfileiradas de forma circular, como as que havia visto no Museu do Escravo, ou algo mais parecido com uma tribo, mas ao decorrer do passeio, a medida que fui observando as coisas, entendendo as dificuldades enfrentadas por eles e sua história percebi que os moradores do quilombo eram mais gente como a gente, e que na verdade tentaram e ainda continuam tentando se enquadrar cada vez mais na sociedade moderna em que vivemos e desejo que eles possam superar cada um de seus problemas e que com o decorrer dos anos suas vidas prosperem cada vez mais.

Um pouco do caminho de volta...




Cachoeira da região. Algumas pessoas do grupo diziam que essa queda pertencia a uma cachoeira próxima a Fazenda Boa Esperança, lugar que tínhamos visitado a poucas horas atrás.

Como havíamos acordado bem cedo e durante todo o dia ficamos bem ativos, sempre fazendo alguma coisa diferente, acabou que fiquei bem sonolento e dormi por quase toda a volta, acordando somente quando começamos a ver os prédios de Belo Horizonte.


Chegando em BH:


Descendo do ônibus:


Às 18:18h o bus parou em frente ao SESC Palladium, nos despedimos da guia, entramos no SESC para usar o banheiro, tiramos os guarda-chuvas da mochila porque estava chuviscando e andamos um pouco pelo centro de Belo Horizonte, atravessamos por dentro do Shopping Cidade e pegamos um ônibus num ponto próximo ao Mercado Central. Ali demos sorte e na hora pegamos um coletivo que seguia sentido Contagem. 

Mesmo estando um pouco cansados e tendo de levar uma caixa com requeijão a Lu não quis perder o último dia desse grande evento que ocorreu em Belo Horizonte.

Como a Lu estava muito animada, ao invés de pararmos em nossa casa acabou que aproveitamos essa parte da noite para apreciarmos a 30ª Feira Nacional de Artesanato, que estava ocorrendo no Expominas.


Chegamos por lá pouco depois das 19:00h.


Nesse ano [2019], com essa exposição, foi comemorado os 30 anos da Feira Nacional de Artesanato. O evento ocorreu em torno dos patrocinadores, expositores e apresentações culturais.

Em 1.989 foram tímidos 60 stands, com a participação de 200 expositores, e hoje são mais de 1.000 stands beneficiando diretamente 5.000 artesãos de todos os estados brasileiros, numa área de mais de 47.000 m², inclusive com ampliação de tendas nas áreas externas, para comportar os expositores e dar qualidade de visitação aos visitantes.

A 30ª Feira Nacional de Artesanato ocorreu entre os dias 03 e 08 de dezembro, no Expominas. Considerado o maior do segmento na América Latina, o evento deverá atrair cerca de 200 mil visitantes.

Fonte Pesquisada:

https://www.sympla.com.br/30-feira-nacional-de-artesanato__571457

Como comemos bem pouco nesse passeio, seguimos por dentro do Expominas procurando por algum lugar para lanchar. Acabou que fomos para a área de alimentação, onde cada um pediu um tipo de pão com carne diferente. No meu havia pão com pedaços de picanha.


Como participar do Expominas não estava nos meus planos de viagem inicial, preferi não me preocupar muito e tirei poucas fotos enquanto estava dentro do evento, pois queria aproveitar pra andar mais de estande em estande junto com a Luciana.

De início, fomos passando pelos estandes e apenas observamos os muitos artesanatos da feira, sejam eles brincos, ornamentos, estátuas, brinquedos, enfeites e os mais diferentes tipos de coisas que a criatividade conseguia criar. Até esse ponto não havíamos comprado nada porque os preços estavam bem caros e totalmente fora da nossa realidade.

Até que certo ponto, após passarmos por dezenas e mais dezenas de estandes encontrei algo bem interessante, uma mini-Aparecida bem brilhante, que comprei para dar de presente para minha vó.


Perto dali a Lu encontrou algo bem legal para dar de presente pro seu sobrinho [o Lorenzo], um boneco ecológico:


A partir daqui, o botão de compras da Luciana, que até esse momento não tinha ligado, emperrou de vez e acabamos comprando mais as seguintes coisas:

Biscoitos:



Fantoche da Dona Baratinha:


[Esse fantoche foi bem legal, mas além dele, esse estande também possuía outras coisas bem interessantes:]


Carrinho do Mart [do filme carros] para dar de presente pro Lolô em seu aniversário e um caminhãozinho super legal pra dá-lo de presente no natal.



[Os itens abaixo eu não comprei, mas achei super lindos e interessantes]:





Após comprar a última coisa aconteceu algo que achei bem curioso. A própria Lu olhou pra mim e falou algo assim: "Melhor a gente ir embora agora né! Porque se eu continuar eu não vou me segurar e vou comprar ainda mais!" [O orçamento que havia reservado pra feira já tinha explodido quando ela comprou os primeiros presentes e já tínhamos começado a comprar as coisas pelo crédito, pra pagar no outro mês]

Então saímos da feira cheios de sacolas e andamos até a saída do Expominas, ali pedi um Uber no meu celular [que estava praticamente descarregando]. Não usamos o celular da Lu porque o dela não possuía nenhum desconto.

Antes de acabar minha bateria ter morrido enviei um zap pra Luciana com a placa do carro e tivemos sorte, pois após uns poucos minutos o motorista apareceu e pudemos seguir em direção a nossa casa, em Contagem [preferimos não pegar outro coletivo pra voltar porque estava de noite e levávamos conosco muitas sacolas].


Ao descer do carro paramos ainda pra conversar com uma vizinha. Às 21:45h regressamos ao nosso lar. Assim que cheguei tomei um banho e a Lu me ajudou a montar a mesinha com as conquistas da viagem.

Conquistas de Belo Vale:


Conquistas do Expominas:


Mart [do filme Carros]:



Super caminhãozinho:


Eu com o fantoche da Dona Baratinha:


E pra fechar, o último lanche do dia [tortinhas de frango feitas pela Luciana]:



Finalmente, viagem finalizada!

Boa sorte...


... e até a próxima viagem!

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