Intercâmbio no Uruguai [p3]

Enfim, mais um pouco dessa aventura pelo Uruguai.


Nessa parte conto como foram os meus dois passeios realizados na terça-feira, que claro, foram muito interessantes.

Caso queira ir para o início deste relato clique AQUI.

E agora a continuação do relato...

DIA 03 - Martes, Terça-feira [07 de Fevereiro de 2017] - Cont.

Como dito, cheguei na Plaza Independencia, o local onde faria o meu city tour de bus pelo centro de Montevideo. Para chegar aqui é bem fácil: basta ver o enorme portal da cidade, atravessar a rua e olhar para os lados, ali se vê facilmente uma cabine rosa.




Aqui é só conversar com o atendente, comprar o tíquete [em 2017 custava 500 pesos] e esperar o ônibus turístico. O ponto mais fácil de se pegar está quase ao lado dessa cabine e não tem erro, é uma espécie de estaca rosa escrito Bus Turístico.


O ônibus atrasou um pouco, mas chegou às 14:38h, então comecei com o meu passeio.



O ônibus era simples, mas confortável e dali dava pra ter uma visão panorâmica de um dos lados. Assim que se entra lhe entregam um fone de ouvido e perguntam em qual idioma você quer ouvir.

Existe a opção para português, inglês e espanhol. No meu caso, como estava estudando espanhol pedi o idioma nativo dos uruguaios, mas para quem está apenas a passeio vale bem a pena deixar o áudio em português mesmo.


O city tour passa por um monte de construções, monumentos, parques, praças, monolitos e estátuas da cidade e explica o que é cada coisa e qual a sua importância em rápidas palavras. Sempre que se estava em algum lugar que não existia nenhum ponto turístico importante o áudio mudava para uma música uruguaia, e assim que se aproximava de alguma coisa nova voltava com o áudio normal.

Abaixo estou colocando uma parte das fotos do que consegui avistar durante meu percurso:









O trânsito em Montevideo é meio caótico, não para nunca e sempre tem muitos automóveis a todo o momento, o que às vezes pode fazer com que o ônibus desvie um pouco de sua rota original e tenha que dar uma ou outra volta, mas nada que atrapalhe o passeio no geral.







Assim que passamos por uma fábrica de ovos [eu acho!] o ônibus não conseguiu avançar mais porque algum caminhoneiro fez o favor de deixar seu veículo de forma que o motorista não conseguia manobrar.


O motorista esperou um pouco, mas parecia que não tinha ninguém ali, por isso saiu um pouco da rota e se desviou de seu caminho original. Ao menos para mim durante algum tempo as informações não estavam batendo com as descrições do áudio. Pelo menos foi interessante conhecer a arquitetura das casas da região, que eram sempre muito bonitas.





Esse problema continuou mais um pouco, mas assim que chegamos próximo dos parques o áudio voltou ao normal e agora sim todas as informações batiam com a realidade.









[É claro que apenas olhar as fotos não nos dá a impressão de como o passeio foi na realidade e às vezes pode até se tornar meio chato e repetitivo. Mas estando naquele ônibus turístico com brasileiros, uruguaios e estrangeiros de vários países, ouvindo as músicas nacionais uruguaias pelo áudio do foninho e conseguindo entender tudo que estava sendo dito em outra língua pra mim foi uma experiência muito interessante.]

Nesse ponto do passeio conhecemos um conjunto residencial famoso da região, a sede de um canal de televisão do Uruguai, a sede do exército nacional uruguaio, o terminal de ônibus de Trés Cruces [esse é um importante terminal de ônibus da capital], um campo para que os jogadores possam treinar, o estádio de futebol de Montevideo e também um dos famosos shoppings da região.














E assim o passeio continuou mais um pouco, até que cada vez mais fomos nos aproximando da área costeira. Essa avenida se chama Rambla [pronuncia-se Rambla, mas o "ra" é semelhante ao "ra" da palavra ba"ra"ta]. Apesar de se parecer tão extenso como o mar, o que existe aí na verdade é um rio, chamado de Río de la Plata. Do outro lado está Buenos Aires, a capital da Argentina.





Mas ainda não tinham acabado os monumentos e construções, então o passeio continuou mais um pouco [algo importante aqui é que os uruguaios desejam que a gente conheça toda a cidade, tudo o que for possível, e normalmente não têm pressa para fazer isso, então os passeios costumam ser bem ricos e detalhados e podem demorar um pouco para acabar, fornecendo sempre muitas informações para os turistas].



Shopping de Punta Carretas.






Enfim estávamos chegando ao final do passeio, pois havíamos adentrado na área portuária.




Todo o city tour demorou pouco mais de duas horas, mas é bem interessante para dar uma circulada e assim conhecer um pouco da capital Montevideo. E para finalizar, isso descrito nessa placa são apenas alguns dos pontos que foram visitados durante o percurso desse ônibus turístico:


Assim que desci do ônibus a primeira coisa que fiz foi entrar na lojinha de souvenir que havia ali.




Creio que essa tenha sido uma das melhores lojas de souvenir de Montevideo para se comprar alguma lembrancinha para os entes queridos, mas como tinha pouco dinheiro na hora comprei apenas dois copos enfeitados para dar de presente: um pra minha mãe o outro pra Luciana.

Na verdade o passeio começa pelo porto e termina por ele, e como no meu caso eu peguei o ônibus na Plaza Indendencia tinha duas opções para voltar: ou ia a pé mesmo [o que eu preferi fazer] ou podia pegar um ônibus e voltar, mas achei melhor seguir andando e vendo as lojinhas que existiam pelo caminho.



Andei realmente um bocado, mais de meia hora, até então finalmente poder ver o portal da Ciudad Vieja.






O cavalo da Plaza Independencia era minha melhor referência para me localizar. Por exemplo, se eu olhasse pra onde o cavalo estava apontado sabia que era por ali que tinha que seguir para achar a Casa da Família que eu estava hospedado.

Dali fui facilmente para a Casa da Família [cheguei lá às 16:30h], descansei um pouco, tomei meu banho e me preparei para sair novamente, pois à noite faríamos um passeio bem interessante, o "Paseo de las antorchas" [quando li no mural não tinha entendido nada, mas tudo passaria a fazer sentido assim que a gente começasse com o passeio].


Perto das 19:30h cá estava eu na Academia Uruguay novamente e ali esperei até que a instrutora chegasse. Além de mim também estavam mais dois alunos brasileiros e uma americana que também fariam o passeio. E seguimos a pé até o Espacio Cultural Al PIE DE LA MURALLA [Traduzindo: Espaço Cultural "Ao pé da Muralha"], que estava perto dali.




Primeiro vimos algumas fotos e a maquete de uma muralha fortificada. Ficamos ali quase que uns 20 minutos, até que se reuniram mais pessoas, provavelmente uruguaios, e também nos serviram alguns caramelos [balinhas de chocolate].

Eu estava quase começando a pensar que seria apenas isso o passeio, mas aí me entregaram uma antorcha [que só agora consegui entender o que era. Antorcha para os uruguaios é a palavra tocha para nós brasileiros].


E aí sim começou o passeio de verdade, que de um momento para o outro se tornou super interessante. Primeiro um moço acendeu todas as nossas tochas e em seguida começamos a andar à noite pela Ciudad Vieja [a parte velha da cidade] segurando as tochas acesas.







Em alguns determinados pontos, a guia nos contava com seu alto-falante um pouco da história de algumas das ruínas que antigamente eram muralhas fortificadas que protegiam Montevideo das possíveis invasões das nações inimigas. Nisso, um dos lugares que mais se destacou foi um resto de muralha adornado com um enorme canhão que servia para proteger o lugar.



Antes de sair, é claro que eu não perderia a chance de tirar uma foto junto de um canhão antigo e não resisti, "taí a foto"! E continuamos.




Ela nos contou que a fortificação foi levantada para impedir o avanço espanhol e português, mas que ao menos nesse lugar não aconteceu nenhuma guerra importante. Sobre quem era a pessoa dessa estátua [peço perdão, mas me esqueci completamente, creio que era algum general que foi muito importante na época] e também que alguns muros eram baixos, pois serviam para dar apoio aos canhões e escopetas antigas.




E continuamos, agora já tínhamos saído de perto da área portuária e seguimos para a Plaza Independencia.




E pudemos ver o portal da Ciudad Vieja.


Aqui a moça nos explicou que esse não era o portão principal de entrada, como muitos pensam, e sim que era o portão de um forte murado que havia aqui, e que o portão de entrada da cidade antiga estava em outro lugar mais ao longe.

Outra coisa interessante é que ainda na Plaza Independencia é possível ver um pedaço da muralha original da cidade, que é realmente enorme [mas como era de noite e minhas câmeras - tanto a do celular quanto a de mão são horríveis, não consegui tirar uma foto mais detalhada].


E ainda tratando da questão das curiosidades, existe uma parte da Plaza em que temos essas pedras:


Esse é um dos caminhos originais dos anos 1800, época em que foi levantada essa fortificação que agora está em ruínas e deu lugar para construções e ruas mais modernas de Montevideo. Enfim, voltamos para o museu e o moço foi apagando cada uma das tochas.



Reunidos no museu, a guia explicou mais coisas sobre como eram as muralhas antigamente, contou que os aldeões ficavam na parte de fora dos muros do quartel principal do exército e que haviam duas entradas na cidade antiga e também sobre os brasões usados naquela época.





Quando ela terminou de explicar as coisas ali descemos para o subsolo.




Aqui fizeram uma performance bem interessante, em que usando um rádio e falando nos mostraram um pouco de como era um dia de um soldado comum que protegia as muralhas. Foi muito legal e no final todos aplaudiram. Assim que saímos ganhei até um certificado pela visitação.


No total, esse passeio durou até umas 21:30h e custou 300 pesos [valores de 2017], me despedi da professora do curso e dos meus colegas e fui voltando. Já estava bem escuro, e pouco antes de chegar na Casa da Família aproveitei para comer umas empanadas uruguaias numa loja que estava próxima de nosso prédio.




Com o dinheiro que me restava comprei 4 empanadas, cada um de um sabor e finalmente entendi que jamon para os uruguaios [lembrando que dessa vez pronunciamos o "ja" como o ra da palavra "ra"to] era o nosso "presunto". Agora já bem alimentado voltei para o meu apartamento e conversei mais um pouco com os donos, e depois de algum tempo fui dormir. Dia finalizado! - Como esse post já ficou bem extenso estarei continuando com o relato na próxima parte.

Clique AQUI para ir para a Parte 4 desse relato.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Caldas Novas, GO [Dicas de Roteiro]

Passeando pelo Vale Europeu [p7]

Missão Ushuaia, no Inverno [p1]

Capitólio, Mar de Minas [p3]

Aparecida, SP [Dicas de Roteiro]