Visita técnica ao Museu de Artes e Ofícios [Parte 01]

Nesse relato estarei contado como foi o meu passeio ao Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MG).

Fiz esse passeio, pois estava ajudando o Projeto Universitários da Igreja Universal e além de mim levei mais três pessoas: o Deivid, o Maurício e sua mãe, a Samara.

Sem mais delongas, vamos ao relato...

Sábado [14 de Janeiro de 2023]


Acordei bem cedo, às 5:00h e voltei a dormir novamente. Levantei por volta das 6:00h, comi um Sucrilhos e arrumei as minhas coisas para partir.


Peguei meu guarda chuva e saí por volta das 07:10h e segui até a Igreja Universal que fica próximo da minha casa. Ali encontrei o Maurício e a sua mãe. 

Por sorte a chuva que já estava fraca durou pouco e não chegou a nos atrapalhar em nada enquanto esperávamos. Depois de algum tempo o Deivid saiu da igreja e pegamos um Uber, que rapidamente foi até o Eldorado, ainda em Contagem.

Próximo das 8:00h chegamos a porta da Catedral, ali aproveitei e tirei umas fotos com o Maurício e a sua mãe.



Por algum motivo o pessoal se desorganizou um bocadinho e o motorista já estava quase surtando. Nesse meio tempo aproveitei pra tirar uma foto do Deivid e também de três das jovens que também participariam deste passeio:

Deivid.

Três das jovens que participaram deste passeio. Obs.: Uma delas disse que já tem 20 anos.

Depois de muita labuta e várias tentativas de avisar alguém da coordenação e de conversar um pouco com o motorista, que finalmente tinha acalmado, às 08:55h os coordenadores do projeto desceram e organizaram o pessoal para tirar uma boa foto:


Nosso ônibus deveria sair às 08:20h, mas teve um atraso imenso e só saímos mesmo às 09:17h.

Pessoal enquanto ainda estava apenas aguardando o ônibus:

Momento Selfie antes de entrar no busão:

Foto legal tirada assim que o ônibus partiu:

Brinde legal que recebemos assim que entramos no ônibus:



A viagem decorreu sem nenhum problema e chegamos em Belo Horizonte às 09:45h.


Neste ponto do passeio o sol já estava bem forte e não choveu mais em nenhum outro momento do dia. Descemos do ônibus assim que chegamos na Praça da Estação e seguimos até ficar em frente ao Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte para nos posicionarmos para tirar algumas fotos.

Aqui o grupo ficou bem maior do que antes porque também juntou o pessoal da região de Belo Horizonte. Então entramos no museu, guardamos as mochilas e coisas pesadas e fomos divididos em cinco grupos diferentes, sendo que cada um teria visita guiada por diferentes partes do museu para não ficar tumultuado e facilitar no nosso deslocamento.



Pegamos uma guia muito boa e esperta. Ela soube controlar bem o grupo durante todo o tour e dava um pequeno tempo para tirar fotos e parava em alguns pontos específicos para que a gente aprendesse mais sobre algumas das coisas que se tinham neste museu, que aliás, é bem grande.






Algo bem interessante que ela citou foi que o ofício de dentista e de barbeiro era uma única profissão antigamente e não duas separadas, como temos hoje.



Naquele tempo ainda não possuíam anestesia, então, para aliviar a dor, a pessoa tomava muita cachaça para amenizar os efeitos da dor, como ao arrancar algum dente, por exemplo.

Dali entramos para a segunda sala:








Aqui a guia falou que neste tempo, mais em específico, no Século XIX, as pessoas mais pobres não costumavam viajar, pois os custos eram muito altos e as viagens eram muito longas.

Também existiam pedágios desde antigamente e o próprio governo não gostava muito que as pessoas saíssem para viajar, pois assim teria a oportunidade de controlá-las melhor.

Algo bem curioso que vi aqui foi a pedra abaixo com uma cara super feia:

Isso se chama Carranca e usavam como símbolo para proteger as pessoas que andavam de barco. Além dessa que vi aqui existiam várias outras espalhadas por todo o museu, nos mais diferentes tamanhos e formatos - todas com uma única coisa em comum: eram super feias!

Mal saímos dali e já vimos outra coisa bem interessante:


Em boa parte deste período ainda existia a escravidão e por isso utilizavam balanças imprecisas para medir o peso de mulheres e crianças escravas. Os pesos eram pesados apenas por alto, no chutômetro mesmo. Já os homens não eram pesados, eles eram vendidos diretamente no porto assim que chegavam ao Brasil.

Ali ficavam nus e o senhor de escravos, isto é, aquele que compraria esses homens para torná-los seus, observava seus portes físicos e suas cargas dentárias para determinar a saúde e o valor destes seres humanos.

Essa foi uma realidade triste, que perdurou por muitos séculos, tanto em nosso país quanto em boa parte do resto do mundo.

Outro ofício interessante que vimos mais bem explicadinho foi o de Carregador:




Quando ocorreu a abolição da escravatura devido a Lei Áurea, promulgada pela Inglaterra, os escravos acabaram perdendo sua fonte de sustento e por isso, muitos deles pediram para serem recontratados pelos seus próprios Senhorios e uma profissão que foi muito utilizada antigamente era a de carregador.

Nessa foto acima, por exemplo, está representado aí um trabalhador do Porto de Santos, que está levando um saco de 60 kg. O normal era que fossem levando de dois em dois sacos nas costas, o que dava um peso incrível de 120 kq para serem carregados. Se esse trabalhador adoecesse ou não aguentasse mais trabalhar teria de se virar por conta própria ou simplesmente perderia o seu emprego.

Mais objetos do museu:








Um fato que acho super interessante do Museu de Artes e Ofícios é essa canoa daqui:


Durante os meus dias de trabalho, às vezes me deparo e reparo nela quando estou prestes a chegar na estação central para ir trabalhar, mas de tudo que tem nesse museu a única coisa que enxergo de lá de dentro do metrô é essa canoa e nada mais. Acho estranho e curioso não conseguir ver mais nada de dentro daqui, sendo que passo perto desse lugar praticamente todos os dias.










Essa carroça com isso que mais se parece palha é um carro de boi:


Por mais que não se pareça, isso é bem resistente e era usado para se transportar as cargas de uma distância para outra. Depois daqui descemos um lance de escadas, passamos por um corredor e subimos outro lance de escadas para chegar em outra parte do museu.


Mal chegamos nessa área e a primeira coisa que a guia nos mostrou foi um vídeo mostrando um pouco do processo de como se faz o fubá.


Vídeo 01:


Mais um pouco dessa área:





Além do processo relacionado ao moinho de fubá, ela também mostrou outras coisas, como por exemplo uma pequena parte de como era processada a hoje super valiosa cana-de-açúcar, que era e ainda é também utilizada para se fazer a rapadura.

Vídeo 02:


Enfim, a partir desta sala, viramos à esquerda e entramos numa área denominada de Jardim das Energias, que ficava na parte de fora da construção.


Aqui nós observamos algumas das máquinas que eram utilizadas antigamente.


O moinho de cana [foto abaixo], por exemplo, se utilizava de bois ou escravos para funcionar:


Outras máquinas e veículos interessantes usados antigamente:





Atravessamos esse jardim e passamos por uma sala que possuía um alambique gigante.





Aqui ela aproveitou para falar sobre como funcionava o processo relacionado ao couro. Ela informou que esse era um material muito caro e que pouquíssimas pessoas tinham acesso aos sapatos.





Até para o próprio sapateiro, ainda que ele trabalhasse com esse tipo de material, era super normal que ele também não tivesse sapatos, pois para obter um único par, ele deveria se abster de ter rendimentos por praticamente um mês e isso faria com que ter acesso aos seus próprios sapatos fosse algo verdadeiramente inviável.

Atravessamos mais essa sala e entramos em outro jardim que tinha mais algumas coisinhas.




De interessante aqui estavam uma máquina utilizada para se nivelar o solo e dois alambiques diferentes, que eram utilizados para se guardar a cachaça. Daqui avistamos mais algumas coisas na sala que a gente entrou e dali seguimos andando mais um pouco pelo museu, onde avisamos diversas outras peças, mas dessa vez sem que a nossa guia falasse muita coisa.













E finalmente chegamos em um lugar pra lá de interessante, onde avistamos dois tipos de comércio antigos, a boutique e a venda, mas estarei mostrando elas no próximo post, já que esse ficou bem extenso e carregado de imagens.

Clicar: [Parte 02]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Passeando pelo Vale Europeu [p7]

Caldas Novas, GO [Dicas de Roteiro]

Estrada Real - Caminho dos Roias 2021

Missão Ushuaia, no Inverno [p1]

Aparecida, SP [Dicas de Roteiro]