Intercâmbio no Uruguai [p5]

Continuando...


Na sexta-feira fiz um passeio por conta própria bem legal, em que conheci o shopping de Punta Carretas, o Museo Zorrilla, o Faro de Punta Carretas e o Castillo Pittamíglio.

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E agora a continuação do relato...

DIA 06 - Viernes, Sexta-feira [10 de Fevereiro de 2017]

Acordei mais ou menos no mesmo horário de sempre e fui lanchar. E claro, mais uma vez a mesa estava super caprichada!



Fiz meus deveres e dessa vez tive que ir sozinho, já que o Míchel ia conhecer o Ushuaia e só voltaria na quarta-feira. No caminho percebi que havia uma feira e achei bem interessante, então aproveitei para comprar alguns biscoitos.





E segui meu caminho até a Academia Uruguay, lá as aulas prosseguiram normalmente. Algo bem curioso foi um dos deveres que a professora pediu: explique sobre algum emprego estranho que existe em seu país, ou outros! E o que eu escolhi foi o seguinte:

Profissional de Carinho [Profesional de Cariño]:


Basicamente é uma pessoa paga para dormir de conchinha, como se fosse um casal, dormem de roupa mesmo e é proibido ter relações sexuais nesse tipo de "serviço". Isso surgiu na Inglaterra e passou a acontecer também em outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem mais de 8.000 "aconchegadores profissionais". Porém o que mais surpreende é o salário deles - Pasmem: 80 dólares por hora ou até 400 dólares por toda a noite [Em reais seria o equivalente a R$ 247,04 e R$ 1.235,20 nos valores de março de 2017].

O que os meus colegas falaram também foram muito legais e diferentes, mas como escrevi o relato algum tempo depois [e não anotei nada do que escreveram] não consegui mais recordar do que eles disseram. Outra coisa interessante apresentada em classe foi como fazer sua árvore genealógica em espanhol [para saber o nome dos parentes mais próximos].


Eu já conheço bem como são essas coisas, mas é sempre interessante para fazer uma boa revisão do que já foi aprendido. O intervalo foi bem legal porque tivemos "la merenda compartida", que em suma é quando os estudantes se juntam e oferecem coisas gostosas para comer [fui um mal aluno e apenas filei um pouco do que havia ali!].


Ainda no intervalo eu olhei para um mural e decidi que depois da aula iria conhecer a região de Punta Carretas e também os pontos turísticos que estavam ali.


Quando a classe terminou preferi não comer ainda, peguei um ônibus e fui direto pro shopping de Punta Carretas. Cheguei lá às 14:30h e fui procurar algum lugar pra almoçar.





O shopping é bem amplo e completo, conta com uma variedade muito grande de lojas dos mais diversos tipos. O cinema também parece ser super luxuoso, mas como eu estava com fome e não vim com dinheiro pra gastar nesse tipo de coisa me foquei apenas em procurar um bom lugar para comer, e na praça de alimentação uma placa chamou muito a minha atenção.



Então pedi o prato "Milanesa Napolitana + Coca Cola 330 cc + Postre" para a menina do atendimento. Até que demorou um pouquinho, mas quando meu prato chegou, vi que era um monstro enorme e cheio de coisas [praticamente um x-infarto. Quase pensei que não daria conta de comer tudo isso!].


Demorei um bocado pra comer, mas estava super gostoso e limpei o prato, e o alfajor deixei guardado na minha mochila pra comer depois, já que fiquei muito cheio após comer esse baita pratão!

Agora de barriga cheia, saí do shopping para realmente começar o meu passeio pela região de Punta Carretas. Andei um pouco e perto dali encontrei o Museo Zorrilla.

Museo Zorrilla:




Aqui foi a casa de veraneio de um famoso poeta uruguaio, chamado Juan Zorrilla de San Martín, o lugar foi construído em 1904 e ampliado em 1921. Pude apreciar um pouco do mobiliário da época e algumas pinturas espalhadas pela casa.

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Juan Zorrilla de San Martín


Juan Zorrilla de San Martín [Montevidéu, 28 de dezembro de 1855 - idem, 3 de novembro de 1931] é o mais conhecido dos poetas uruguaios. Sua obra versa sobre os costumes de seu país e sobre os heróis nacionais.

Sua obra principal é o poema épico Tabaré em (1886): trata do destino dos índios charruas, até a derrota final para os espanhóis. Foi pai do pintor e escultor José Luis Zorrilla de San Martín.

Fonte Pesquisada:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Juan_Zorrilla_de_San_Mart%C3%ADn

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A casa possuía dois andares, mas só um era usado para visitação. Então fiquei por pouco tempo e saí assim que tirei as fotos e andei um pouco pelo local. Já na parte de fora aproveitei pra enquadrar um pouco do jardim e da Rambla, que eu podia ver que estava perto dali.




Feito tudo o que precisava, perguntei pro segurança e as pessoas próximas qual seria o melhor lugar pra conhecer agora, e me disseram que seria o Faro de Punta Carretas, então segui pela Rambla até encontrá-lo.

Faro de Punta Carretas:

[Farol de Punta Carretas]

Enquanto andava pela Rambla estava meio em dúvida se estava indo para a direção correta, então tentei perguntar aos pedestres que estavam fazendo caminhada por ali, e por incrível que pareça quase todos eram gringos que falavam inglês, mas não compreendiam nada de espanhol. Achei até um australiano pelo caminho e nada de uruguaios ou brasileiros ou alguém que falasse espanhol!




Mesmo assim resolvi continuar nessa direção e continuei perguntando as pessoas que encontrava, e uma me informou que eu estava na direção certa, mas que agora deveria ir em direção à praia num caminho de terra que havia ali e me apontou ao longe onde estava o farol. E assim andei mais um bocado, mas aos poucos estava me aproximando cada vez mais das construções.







Passei por alguma instalação do governo e por uma estação de tratamento de água [o que explicava o péssimo odor que aumentava cada vez mais]. Subi as escadas e já pude ver o farol esplandecendo no horizonte.


Saí da estação e andei mais um pouco, agora eu já estava na praia e finalmente pude tirar uma foto vendo o farol por inteiro.



Chegando lá conversei com o guarda e paguei a taxa de entrada, que era de apenas 25 pesos [valores de 2017]. Tirei uma foto de uma maquete do farol que estava na entrada e subi as escadas que davam muitas e muitas voltas. Pode não parecer, mas esse farol é bem alto.




Como a subida estava muito íngreme tive que usar as cordas do corrimão para me apoiar na hora de subir, e depois de algum tempo cheguei ao topo, parei um pouco pra recuperar o fôlego e aproveitei pra tirar a foto da janela do farol.


E reparei que era possível subir um pouco mais numa escadaria que estava ali. Então assim o fiz e até aproveitei para tirar uma selfie quando cheguei ao topo do farol!



Agora o espaço estava meio apertado, mas dava pra sair pela portinha.




Daqui pude ter uma visão panorâmica de 360º de Montevideo a partir de Punta Carretas, e ainda com uma bela visão do Río de la Plata, foi bem legal!






Depois de rodar um pouco, contemplar a paisagem e desviar de alguns dos turistas que também estavam ali resolvi descer para continuar meu passeio pela região de Punta Carretas, então fiz agora o caminho inverso de antes [desci tudo o que precisava!].




Olhei uma última vez para o farol e segui meu caminho.


De volta a Rambla, não sabia se voltava pro apartamento ou se continuava mais um pouco, já que eram umas 16:30h e eu já tinha começado a me cansar um pouco porque tinha andando bastante. Então conferi um papelzinho que eu tinha anotado com os pontos turísticos da região novamente.

Punta Carretas:

- Shopping de Punta Carretas; [Visitado]

- Museo Zorrilla; [Visitado]

- Parroquia de Punta Carretas; [Descartei, estava perto do Shopping Punta Carretas]

- Faro de Punta Carretas; [Visitado]

- Castillo Pittamiglio;

- Parque Villa Biarritz. [Também preferi descartar]

Castillo Pittamiglio:

Descartei alguns dos pontos turísticos e preferi me focar apenas no Castillo Pittamiglio. Nesse ponto do passeio aquela refeição enorme que eu havia comido já tinha evaporado e virado apenas proteínas para o meu corpo.

E mais uma vez segui pela Rambla, fui perguntando as pessoas onde era o Castillo, dessa vez quase não encontrei os gringos, mesmo assim os uruguaios [e brasileiros] que vi pelo caminho tiveram muita dificuldade de saber onde era esse lugar.




Continuei andando e depois de passar por muitos quarteirões uma moça me disse que eu tinha acabado de passar por ele, e que o Castillo Pittamiglio era um prédio onde havia uma espécie de proa de barco colado nele. Ao voltar realmente percebi que havia um castelinho espremido entre os prédios antigos de Montevideo.


Entrei no castelo às 17:10h, conversei com a moça da recepção e ela me disse que já haviam começado um passeio guiado há uns 10 minutos, mas que essa seria a última sessão do dia, então paguei os 200 pesos do ingresso [valores de 2017] e fui para o primeiro salão, onde estavam reunidos a guia e também alguns turistas.




Cheguei na parte em que ela explicava um pouco sobre a arquitetura do castelo, sobre os azulejos, símbolos existentes nas coisas e também as estátuas que enfeitavam esse local.







Depois de falar o que queria subimos para o 2º andar, onde ela nos orientou para não fazer muito barulho porque uma pomba cega estava vivendo ali e podia se assustar se alguém chegasse muito perto dela.





Explicou mais sobre os simbolismos que envolviam o castelo e um pouco da mitologia que cercava essa região no passado. Aproveitamos também para olhar para a torre e ver como o castelo, visto de dentro, era realmente bem grande.






O castelo foi construído por um homem chamado Humberto Pittamiglio, que aos poucos foi adquirindo mais posses e aumentando seu castelo, que se manteve em permanente construção desde que comprou o terreno em 1910, até o dia da sua morte em 1966 [isso tudo se tornou uma premissa de que a construção nunca iria acabar, como se fosse uma metáfora da vida, que é como uma viagem de barco - daí colocaram a proa do barco no castelo - bem como a representação da morte, por via da alquimia].

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Humberto Pittamiglio


Humberto Ponciano Pittamiglio Bonifacio nasceu em 19 de Novembro de 1887, em uma modesta família de imigrantes italianos. Sempre muito elogiado por sua inteligência e desempenho acadêmico, graduou-se como arquiteto e engenheiro e começou a trabalhar em uma das maiores construtoras do país, onde viria a se tornar sócio com o passar dos anos.

Humberto iniciou o projeto do castelo a partir de sua casa na rua Francisco Vidal, adquirindo vários terrenos adjacentes para sua expansão, até chegar na orla. A construção iniciou-se em 1910 continuou até 1966, o ano de sua morte. Até este dia dissera que o castelo não havia ficado pronto, sendo isso um conceito da alquimia e da própria construção [que é inspirada em um barco], pois a vida nada mais é que uma viagem sem fim.

Fonte Pesquisada:

http://blackwasabi.com.br/castillo-pittamiglio/

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Daqui seguimos pra outro salão, que também foi bem interessante.





A guia nos contou que essa área foi feita de forma circular propositalmente, pois tinham planejado ela como se fosse para se reunir / ou de alguma forma, ser capaz de sentir algum tipo de energia. Por exemplo, quem fosse para o meio desse círculo e falasse alto seria capaz de ouvir sua voz ecoando para si mesmo.

E cada um foi indo para o meio do círculo e falava alguma coisa, normalmente bem baixinho porque realmente dava um pouquinho de medo. Quando chegou minha vez fiz o mesmo, não fui capaz de ouvir um eco mas tremi todo por dentro, realmente há alguma coisa nesse local que ainda não é compreendida pela ciência moderna.

A guia contou que alguns lugares do mundo, como Machu Picchu [no Peru] e Stonehenge [na Inglaterra] são locais que possuem esse tipo de energia. Dali seguimos para onde seriam os aposentos do Humberto Pittamiglio, quando ainda estava vivo.









Primeiro a guia deixou que passeássemos um pouco pela casa para tirar fotos e conhecer o lugar. Nisso, é possível perceber [que não só aqui como em todo o castelo no geral] existem muitas janelas cegas e portas que não levam a lugar nenhum.



Ao nos reunirmos novamente, ela nos explicou coisas importantes sobre símbolos alquimistas que estavam ocultos na lareira e no teto, que claramente dá pra perceber a letra H, que de alguma forma é relacionada aos polígonos e é importante para os alquimistas.

Dos mistérios que cercam esse lugar, alguns funcionários que cuidavam dele já foram capazes de ouvir passos, um som de alguma criança sorrindo ou até mesmo de um choro, mas que ela em especial, e muitos outros nunca ouviram nada e isso se deve muito a sensibilidade espiritual de cada pessoa.

Seguimos então para o último salão e ali a guia deu as explicações finais que precisava, indicou mais alguns pontos turísticos relacionados a esse castelo e agradeceu aos turistas pela visita.

Realmente foi um passeio muito interessante [e o que achei melhor é que ela estava explicando as coisas em espanhol e fui capaz de entender tudo sem maiores dificuldades, o que é um ótimo sinal para quem está estudando o idioma].


A visita guiada terminou às 18:10h e procurei algum ponto para voltar para a Casa da Família que estava no centro da cidade, e com facilidade cheguei a Plaza Independencia, minha referência aqui em Montevideo.


Antes de voltar resolvi dar mais uma passada naquela agência próxima do Portal da Ciudad Vieja, e ali conversei com uma mulher mais velha, e uma mais nova, que era alemã, para tentar fechar um passeio para Punta Del Este.

Elas me haviam dado a opção de pagar no cartão de crédito, mas não gostei muito da ideia, então tentei tirar dinheiro num caixa eletrônico que havia próximo dali e não consegui porque pedia um tal de PIN, e eu não fazia ideia do que era isso, então combinei de passar ali no sábado.

No caminho da volta passei ainda em algum estabelecimento para comprar água e uma Pepsi [pois estava morrendo de sede] e também um biscoito. Essa foi minha janta do dia:



Com tudo que precisava já feito, tomei um banho e fui descansar. Dia finalizado! Estarei continuando com o relato no próximo post.


Clique AQUI para ir para a Parte 6 desse relato.

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