Intercâmbio no Uruguai [p8]

Aqui estou continuando com o relato do intercâmbio que fiz no Uruguai.


Com o fim de semana terminado, começaram as aulas novamente. Comecei mais devagar, mas aos poucos voltei a fazer mais coisas e assim pude conhecer um pouco mais dessa cidade tão interessante que é Montevideo e desse país tão incrível que é o Uruguai!

Caso queira ir para o início deste relato clique AQUI.

E agora a continuação do relato...

DIA 09 - Lunes, Segunda-feira [13 de Fevereiro de 2017]

Agora começaria minha segunda semana em outro país, e como nos outros dias letivos, levantei e fui tomar meu café da manhã que sempre estava arrumadinho pra gente.




Após comer e descansar um pouco fui para a Academia Uruguay e lá tive minha aula.



É claro que existem muitos métodos de ensino, como por exemplo, aquele tradicional em que o professor fica na frente e os alunos ficam dispostos em várias filas de carteiras [o que é usado em praticamente todas as escolas brasileiras]. Outro bem interessante e interativo é esse da Academia, em que os alunos de certa forma ficam de forma circular.

Assim existe bastante interação com o professor e entre os outros alunos e ainda se aprende muito mais. E vale ainda lembrar que eles tinham muitos equipamentos [como áudio, notebooks e até projeção, caso fosse necessário, além de muitos jogos didáticos], o que contribuía ainda mais para um bom aprendizado.


Como às segundas-feiras eles sempre disponibilizavam alguma coisa para os estudantes, não perdi tempo e ataquei algumas rosquinhas doces.



Aproveitei ainda para listar meu nome em duas atividades que achei interessantes: La Filarmónica Bajo las Estrellas [uma orquestra sinfônica uruguaia] e o Tablado de Carnaval [aqui eu pensei que veria um desfile de carnaval como o que acontece em nosso país, mas foi totalmente diferente do que jamais pensei - presenciei uma grata surpresa que será contada mais adiante!].

Após o intervalo a professora deu alguns joguinhos para ajudar na memorização, foi bem descontraído e a hora passou voando.



Abaixo estão algumas das cores mais comuns escritas em espanhol:


Às 13:30h acabou a aula e procurei algum lugar para almoçar. Como no dia anterior eu tinha gastado muito preferi ir em um restaurante mais em conta e comi um prato com mais sustança dessa vez.




Se não me engano pedi algo chamado Milanesa Pollo con Fritas e com isso consegui matar a fome do domingo. Dali fui para área da feirinha e nas lojinhas de artesanato para ver se conseguia encontrar o globo com a mão, mas não tive sucesso. Ao menos fui capaz de encontrar um souvenir bem legal do Cerro Montevideo.


Também aproveitei para dar uma passada na agência e perguntei quanto ficaria um passeio de um dia para Colonia del Sacramento e voltei para Casa da Família novamente. Após às 16:00h fui até a lavanderia da esquina e entreguei um saco cheio de roupas sujas para lavar.

Custou 370 pesos para 7 blusas brancas, 3 blusas coloridas, 8 cuecas box, 1 calça jeans e um bocadinho de meias fedorentas [valores de 2017]. Como o almoço normalmente custava entre 400 e 600 pesos achei o preço muito bom. No outro dia eu deveria voltar pra pegar as roupas limpas.

Passei o restante do dia no apartamento e ainda terminei de editar alguma parte do relato dessa viagem. Mais à noite aproveitei ainda pra conversar com a Luciana por chamada de vídeo no WhatsApp e ainda dei uma verificada em como estavam as minhas contas.

E para fechar com chave de ouro, ainda consegui tirar uma foto da família reunida [da esquerda para a direita: Stela, Álvaro e Fernanda].


Com tudo o que precisava feito, fui dormir. No outro dia já voltaria a ter passeios interessantes mais uma vez.

DIA 10 - Martes, Terça-feira [14 de Fevereiro de 2017]

Mais um dia, mais aulas. Os inícios das manhãs normalmente eram bem iguais. Acordava pouco mais de uma hora antes da aula, tomava meu café da manhã e fazia os deveres atrasados.



Dado o horário fui para a Academia Uruguay e tive minhas aulas normalmente. O que mais se destacou no tema da aula dessa vez foi um mapa que nos ajudou a entender melhor sobre a ubicación [localização das coisas].


Em duplas a gente analisava algum lugar e falava como se fazia para chegar em outra parte. Esse jogo me fez lembrar das vezes que eu procurava algum lugar e ia perguntando vários uruguaios até finalmente chegar ao meu destino final:

Por exemplo, uma conversa típica minha com eles:

Eu: ¡Hola!, por favor, ¿cómo hago para llegar en el lugar x?

Uruguaio: Sigue derecho.

Eu: ¿A la derecha?

Uruguaio: No, derecho.

Eu: ¿En frente?

Uruguaio: Sí, continua derecho por x quadras.

Demorei um bom tempo para acostumar que derecho para eles era "seguir em frente", e direto ficava em dúvida se não estavam pedindo para virar à direita. Para esse caso eles falariam algo como isso:

Uruguaio: Sí, dobla a la derecha y sigue derecho por x quadras.

Como estava cansado dos biscoitos, segui a recomendação de alguém e fui até a loja chamada Mío [que ficava na esquina] na hora do intervalo.



Após enfrentar o trânsito ferrenho da rua da loja e uma fila enorme comprei o que aqui eles chamam de empanados. Voltei pra escola e comi isso no pátio de lá.



Após o intervalo aprendemos mais um pouco sobre gramática e utilizamos mais alguns jogos didáticos para melhorar no nosso aprendizado. Terminada a aula, resolvi procurar mais um pouco pela feirinha de vendedores ambulantes pelo globo enquanto eu voltava rumo a Casa da Família.


Novamente não tive sorte em achar o globo com a mão, mas ao menos encontrei um outro souvenir que pude adicionar a minha coleção. Também tentei tirar algum dinheiro no caixa 24 horas, mas o terminal estava cheio demais de botões e não consegui sacar nada nele. Almocei no mesmo restaurante que eu tinha comido no meu primeiro dia.


Eu já me animava quando me ofereciam esse pãozinho com a coisa branca que mais parecia um tempero de alho, maionese ou coisa do tipo. Isso sempre era muito bom. Depois de algum tempo veio o prato principal.


Dessa vez eu comi um prato chamado Entrecott a La Parmezana [Entrecott a la parrilla con redución de parmesan acompañado de papas a la suiza]. Basicamente eram duas espécies de bifes diferentes que estavam razoavelmente gostosos.

Assim que comi fiz meu caminho de volta e pouco antes de chegar ao apartamento dei uma passada na lavanderia para pegar minhas roupas limpas.



Elas estavam arrumadinhas, totalmente limpas, passadas e ainda perfumadas. Achei o serviço das moças excelente. Agradeci e voltei para a Casa da Família. Ali fiquei mexendo no computador enquanto esperava que a filha do casal chegasse, já que tinha marcado um passeio com ela.

Quando deu mais ou menos umas 16:00h a Fernanda chegou, então descemos e seguimos de carro para a Rambla. Hoje eu conheceria o Puerto Buceo, Pocitos e Malvin.





Durante o percurso ela ia me mostrando algumas estátuas, prédios e monumentos da região e sempre explicava direitinho pra que serviam e às vezes até a história por trás deles. Então paramos pra ver um monumento que ela considerava especial.


Mesmo estando longe, os uruguaios fizeram uma espécie de homenagem a todos aqueles judeus que tinham morrido no holocausto.


Como a própria pedra está explicando, o muro lá na frente simbolizava o povo judio, que é associado ao Muro das Lamentações, a parte vazia representa o holocausto, e nela ainda haviam outros significados que não fui capaz de compreender.






Uma coisa que gostei muito do Uruguai é que sempre havia muito verde, a natureza e as árvores estavam sempre bem preservadas, o que deixava tudo mais bonito, limpo e com um ar puríssimo. Voltamos para o carro e seguimos pela Rambla mais um pouco. Paramos onde havia o Letreiro de Montevideo.





O letreiro era bem grande e tirei algumas fotos nele. E fomos agora para o porto, chamado aqui de Puerto Buceo. Ali saímos do carro e fomos andando por ele.











Enquanto tirava as fotos a Fernanda ia me explicando bastante sobre a história do local. Disse que antes havia um passeio para uma ilha, mas que ninguém mais quis fazê-lo depois que uma embarcação afundou e disse também que os uruguaios amam o mar e muitas pessoas mantinham barcos para pescar ou aproveitar o dia no mar.

Após algum tempo voltamos para onde o carro estava estacionado e seguimos pela estrada mais um pouco, pois ela queria me mostrar o Museu Naval [em espanhol: Museo Naval].




Infelizmente não pudemos ver o que havia dentro porque o museu estava fechado, e não só isso, havia um grupo de sem terras acampado nele e dormindo em um dos cantos. Eu até cheguei a falar que a gente não precisava ir lá, pois sei que os Sem Terra costumam agir com muita violência em diversos locais de nosso país e pensava que os daqui não seriam muito diferentes, mas ela queria me mostrar o arco e contar a sua história, por isso demos a volta por trás e chegamos bem perto da construção.


Cheguei até a ver alguns avisos por dentro de uma das janelas, mas saímos rapidamente pra evitar maiores problemas. Agora conheceríamos um pouco mais de Malvin, como Pocitos e suas praias, e também a Playa Molino de Perez e de Punta Gorda.



Se eu quisesse até poderia nadar um pouco, mas disse para ela que antes de vir pro Uruguai eu pensava que o país fosse extremamente frio, ao ponto que levei cerca de 6 blusas de frio e cheguei até a trazer uma bem pesada que minha mãe havia comprado pra mim. Daqui continuamos pela Rambla e seguimos para conhecer as casas de Malvin.




Essa região que paramos era muito bonita, veja a paisagem:


Depois de me explicar da paisagem e dizer que as pessoas costumam pedalar e tomar sol por aqui, aproveitando e curtindo a natureza, subimos até uma praça que ela queria me mostrar.








Após explicar um pouco sobre esse monumento tive a chance de ver tudo do alto desse mirante, o que mais uma vez, foi uma visão bem legal.



Depois de apreciar a vista andamos mais um pouco, dessa vez pelas casas comuns pra conhecer melhor a região e como era a vida dos moradores comuns de Montevideo.




Nessa parte da cidade os moradores não eram ricos, mas tinham um poder econômico razoável e apesar de Montevideo ser bem cara, ainda podiam viver bem. Ao voltar para o carro seguimos para onde seria meu último destino do dia com ela nesse dia.







Essa área da cidade era ainda mais arborizada e a condição de vida de quem mora nela era ainda melhor do que a do lugar que estávamos antes.






Ao descer do carro andamos mais um pouco e passamos por um campo de futebol e também em um riacho. Nosso objetivo seria conhecer um antigo moinho que funcionou aqui no passado.







Aqui fiquei sabendo mais da história desse local, o que funcionava nele [infelizmente como não anotei nada não consegui recordar qual era o material que esse moinho produzia], e também o motivo de sua desativação.

E com isso acabou meu passeio pela cidade e chegou a hora de voltar para a Casa da Família novamente, pois mais a tarde eu ainda teria mais um passeio, dessa vez pela própria Academia Uruguay.



Chegamos às 19:00h e nesse pouco tempo que fiquei aproveitei para conversar com a Lu numa chamada de vídeo do WhatsApp e ainda ajudei ela a [tentar] conversar com a Kelsy, a americana que também estava hospedada no apartamento, e direto eu tinha que traduzir as coisas uma para a outra pra que elas pudessem se entender, foi bem engraçado [mas acho que a Kelsy não curtiu muito, porque só quis conversar um pouco e parou de conversar com a Lu dentro de pouco tempo]!

Para que o relato não fique ainda mais longo, estarei passando o que aconteceu após isso para o próximo post.

Clique AQUI para ir para a Parte 9 desse relato.

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